quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

JUSTA HOMENAGEM

Há dez anos, então no executivo da Junta de Freguesia, sugeri ao colega responsável pela toponímia que diligenciasse junto da comissão de toponímia da Câmara Municipal de Lisboa, no sentido de se atribuir o nome do Padre Galleia a uma rua do bairro a fim de se homenagear esta ilustre figura que em pouco menos de dez anos tanto fez e lutou em prol da população do Bº da Liberdade.
Só quem mora no Bº da Liberdade há mais de 45 anos conheceu o Padre Galleia. Não tenho dúvidas que os caboucos da obra social, hoje ali edificada, a ele pertencem. Padre Galleia quando chegou ao Bº da Liberdade já não era novo e apesar dos seus 65 anos e das suas barbas brancas, foi um homem dinâmico e que dinamizou o Bº da Liberdade, quer na área: religiosa, social, cultural e desportiva.
Estou feliz com este acto de gratidão. Fez-se justiça com esta homenagem.
Enfim, mais vale tarde que nunca!

José Gallea nascido em Itália em 23 de Novembro de 1891 foi ordenado sacerdote em 1916, profissão que abraçou durante 64 anos.


Em 1956 foi nomeado capelão da Educação Popular (Instituição Particular de Solidariedade Social) a trabalhar nos Bairros da Liberdade e da Serafina .- os mais pobres da periferia de Lisboa e onde não havia lugar a culto nem nenhuma estrutura de apoio social.


José Gallea empenhou-se em obter subsídios para os residentes destes Bairros viverem com o mínimo de dignidade, nomeadamente com a construção de casas modestas, do alcatroamento das estradas e ruas e da iluminação pública, do destacamento de médicos e enfermeiras para diariamente assistir a população, bem como medicamentos gratuitos e ainda a distribuição de sopa, pão, queijo e fruta a mais de 3000 pessoas diariamente, para além das diligências para a construção de campos de futebol para jovens, de teatro e cinema para ocupação dos tempos livres, cursos de alfabetização de adultos, excursões e passeios culturais.


Em menos de 10 anos, este capelão, ao lado das estruturas sociais construídas para dinamizar a população, edificou uma capela, onde acorriam todos para o ouvir e venerar, foi ainda condecorado com a medalha da “Ordem de Beneficência”, pelo Presidente da República.

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