quinta-feira, 21 de outubro de 2010

A AUDITORIA...

Passado um ano sobre as eleições autárquicas e, praticamente, um ano sobre a tomada de posse do actual Executivo da Junta de Freguesia, gostaríamos de fazer um balanço da actividade do referido executivo. Claro que estas análises e balanços são sempre muito pessoais e, por isso, muito subjectivos. Contudo, face a algumas situações inesperadas no início do mandato, o muito que se tinha prometido pouco se cumpriu…

Contudo, cumpre-me dizer que gostei da postura inicial do novo (no cargo e na idade) Presidente do Executivo. Muito activo e muito interessado com os problemas habitacionais, e não só, da freguesia em geral e do Tarujo e Bº da Liberdade em particular, ao contrário dos anteriores presidentes do P.S. - 1989/2005 - que eram mais velhos e muito mais passivos relativamente àqueles assuntos habitacionais. Aliás, o anterior presidente do P.S. (2001/2005) tinha a opinião que era impossível a C.M.L. realizar o excelente trabalho agora levado a cabo, com a tutela da Arq. Helena Roseta, na Escarpa norte do Bº da Liberdade.

Porém, o actual presidente, logo numa fase muito inicial, deve ter constatado que não estava rodeado dos melhores elementos e que alguns não estavam nos cargos mais adequados e assim, teve que fazer alguns ajustes na equipa. A Tesoureira renunciou ao cargo, e nem sequer ficou na Assembleia de Freguesia, houve um Vogal que trocou de pelouro e outro que tinha pedido suspensão de mandato na Assembleia de Freguesia foi requisitado e passou a Secretário do Executivo. Situação que não é nada benéfica para quem começa um trabalho. Todavia, salvo melhor opinião, foi melhor assim, se de facto havia desajustes, aquela acção impunha-se e quanto mais tarde pior.

Entretanto com o decorrer do tempo constatou outra situação não menos grave que a anterior: Escassez da liquidez financeira da autarquia. Muitas dívidas aos fornecedores e à segurança social, de tal modo que tudo se começou a complicar chegando-se ao ponto de haver ordenados em atraso na autarquia. Segundo o actual presidente do executivo, tudo se deveu a uma má gestão financeira e, nalguns casos, danosa para a autarquia, por parte do executivo anterior, o que tornou inevitável a necessidade duma Auditoria Externa para apuramento de toda a verdade da situação.

Passados dez meses sobre o pedido da auditoria ao executivo de 2005/2009, vem-se a saber que esta auditoria não foi realizada pelas autoridades oficiais que tutelam as Autarquias Locais, como a IGAL e a DGAL, mas sim por uma empresa privada, e que hoje se sabe que cobrou 12 000 € por aquele serviço. Numa primeira análise, e considerando os objectivos desta acção, não está em causa a despesa dos 12 000 €, mas se há organismos públicos que fazem o mesmo serviço sem custos para a autarquia, e tendo em conta que não havia liquidez, não se percebe muito bem esta decisão.

Chegada às mãos do executivo, tomaram a decisão, e bem, de apresentarem a auditoria na sessão de assembleia de freguesia mais próxima (30/9/10). O problema é que ainda antes daquele órgão da freguesia ter tomado conhecimento, o executivo tomou a decisão, errada, de a publicitar à priori no Boletim de informação da Junta de Freguesia de Campolide. Não entendemos como se põem acusações e considerações num Boletim Oficial da Junta, sobre um relatório que os visados não conhecem, não dando assim a possibilidade de defesa dos interessados e visados na auditoria.

Resumindo e concluindo, a minha opinião sobre o comportamento do Executivo da Junta de Freguesia de Campolide perante a Auditoria Financeira ao Executivo de 2005/2009 foi na primeira decisão correcta, pois o lugar certo para apresentarem aquele documento é precisamente na Assembleia de Freguesia. Contudo, já não foi correcta aquela acção de condenarem na praça pública pessoas que vivem num país livre e democrático e, como tal, têm direito, primeiro, à presunção de inocência e depois à sua legítima defesa.

Não sendo parte directamente envolvida no processo, não estou em condições de discutir abalizadamente a auditoria. Aliás, até me parece incorrecto, uma vez que só há a versão dos auditores privados.

Se nos lembrarmos dos vários processos em que o Primeiro-ministro, por isto ou por aquilo, estava alegadamente ligado a eles, o Partido Socialista e os seus “porta-vozes” protestavam pelas conclusões precoces que vinham a público. Argumentavam até que não era ético tais comportamentos.

Contudo, ainda assim, arrisco a tecer três comentários:

Publicação prematura da auditoria

Na minha modesta opinião foi, no mínimo, indelicado o procedimento do Executivo em geral e do seu Presidente em particular, ao publicitarem no Boletim da Junta a auditoria à pressa e antes de darem conhecimento do seu conteúdo aos visados da auditoria. Se tinham intenção de a apresentarem em sessão de Assembleia de Freguesia, deviam-no fazer a publicação à posteriori para informação dos moradores e, em primeira-mão, aos Eleitos e dignos representantes dos mesmos, no local próprio como é a Assembleia de Freguesia, onde os visados tinham o direito ao contraditório e poderiam, eventualmente, esclarecer alguns pontos ali focados. Assim, salvo melhor opinião, o que se fez foi um sumaríssimo dum tribunal ah doc…

O mais grave é que, segundo entendidos na matéria, aquela sessão da Assembleia de Freguesia estava ferida de ilegalidades, por um lado, e por outro, os principais visados estavam ausentes da sala. Mas ainda assim, o Presidente do Executivo não se conteve e usou da palavra durante longos 53 minutos a repetir tudo o que já sabíamos através do referido boletim. Porém, com a agravante de acrescentar soberanamente comentários e juízos de valor sobre os actos alegadamente praticados…

Falsificação de cheques

Tanto quanto sei, é que na sessão de Assembleia de Freguesia, de 29/12/08, o então Presidente da Junta respondeu da seguinte maneira a uma pergunta feita pelo Vogal do P.S., Sr. António Henriques, relativamente ao desaparecimento dos cheques:

“Quanto aos cheques foram 6 cheques que foram extraviados. Foram tirados do
Marco do correio, por um Gang que operava na área de Lisboa e que tinha a chave do
Marco. Esses cheques foram pagos no valor de 26.000 euros que era muito superior ao valor dos cheques, foram rasurados, etc., etc., O valor total dos cheques era à volta
para aí dos 2.000 euros. A Caixa Geral de Depósitos pagou 26 mil e tal euros desses
cheques. O Executivo tem fotocópias dos cheques, a Judiciária foi accionada, como é
óbvio e obviamente a Caixa Geral de Depósitos está agora a ser indiciada pelo
advogado da Junta para devolver o dinheiro à conta, porque se vê facilmente que os
cheques foram rasurados. Aliás, a Caixa Geral de Depósitos já deu uma fotocópia dos
cheques (demoraram 3 meses, 4 meses) e é fácil ver-se a rasura dos cheques. No
entanto, os cheques foram debitados em contas da Caixa, foram cheques traçados e
depois levantados no mesmo dia, ou dias depois, no valor total de 26.000 euros que,
obviamente agora a Junta está à espera que sejam devolvidos ou então, será aberto
um processo-crime e cível contra a Caixa Geral de Depósitos.” In acta nº 4/2008.

Pelo atrás exposto, fico estupefacto com a estrondosa “descoberta” dos auditores!

Despesas de representação

Diz o Sr. Presidente do Executivo (e eu acredito) que, segundo a Lei, os Vogais do Executivo só têm direito aos km’s efectuados em representação da Junta de Freguesia e que sejam deslocações fora da freguesia. Se é Lei, é a Lei (Dura Lex, Sed Lex).

Porém, tanto quanto julgo saber, desde sempre as despesas de deslocações efectuadas pelos membros do Executivo, dentro e fora da freguesia foram pagas, embora, claro, mediante papel justificativo das mesmas.

Todavia, e se me permitem, não entendo a razão desta Lei. Se é negativo alguém tirar proveitos do exercício cívico autárquico, não é menos negativo alguém prejudicar-se a si, e à sua família, em prol da comunidade porque há uma Lei que assim o impõe! É bom lembrar que o Vogal do Executivo não tem qualquer remuneração compensatória pela actividade desenvolvida com os seus pelouros – a não ser uma senha de presença no valor de 21.37€ por cada reunião do executivo em que participe – O Presidente do Executivo, por exemplo, tem uma remuneração mensal de 1.678,67 € + 488,83 € anuais para despesas de representação. É bom lembrar que o Vogal trabalha 8 horas por dia no seu emprego e no período pós-laboral é que faz as deslocações necessárias para pôr em prática o Plano de Actividades ou dar despacho às queixas ou solicitações dos moradores. Assim, e nesta perspectiva, não me parece de todo desonesto ou desonroso o procedimento do Vogal, António Horta Pinheiro.

Assim sendo, o que se vê é uma grosseira manipulação e empolamento dos números. Encher-se a boca com um número redondo de cerca 11.000 loooongos km’s, e 4.033,15 faaaartos € (no caso do Horta Pinheiro) é, claramente, pouco honesto da parte do Sr. Presidente. Não nos podemos esquecer que estes números são relativos ao mandato. Logo, há que considerar 4 anos, ou 48 meses, ou, se preferirem, 1460 dias!

No caso do António Horta Pinheiro, CDU, temos 10.082 km’s: 2.520 km’s/ano; 210 km’s/mês; 7 km’s/dia!

Ou 4.033,15 €: 1.008,28 €/ano; 84 €/mês; 2,80 €/dia!!!

Não vejo onde é que está a obscenidade!...

Quanto ao resto da Auditoria, deixo para quem de direito se pronunciar e, a haver motivos para condenação, que o façam pela medida MÁXIMA E SEM CONTEMPLAÇÕES!!!

Orlando Duarte

domingo, 4 de julho de 2010

Assembleia de Freguesia...

Daqueles resultados, e respeitando o método de Hondt, a Assembleia de Freguesia ficou assim constituída:

PS…...6 Membros

PSD…5 Membros

CDU..1 Membro

BE…..1 Membro

Não havendo maioria absoluta, houve necessidade dum acordo entre o PS e BE. Todavia, daqui não resultou qualquer alteração, quer no executivo, quer na assembleia, ficando o PS com a presidência da Mesa da Assembleia e os respectivos Secretários.


Orlando Duarte

sábado, 19 de junho de 2010

ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS...

…Entretanto houve, também, as eleições autárquicas que, em Campolide, teve a seguinte votação:


Quinze dias depois das legislativas e três meses e meio depois das europeias, as percentagens de votos destas autárquicas desceram, naturalmente. Digo naturalmente, porque três eleições em pouco mais de três meses, num país que ainda está longe da maturidade política só podia dar quase 50% de abstenções…

Mas há outros números curiosos para reflectir…

Á semelhança do resto do concelho, o Partido Socialista (PS) foi o vencedor em Campolide com 42.39 % dos votantes (3174 votos); O PS venceu 4 das 11 secções de voto instaladas na freguesia – as outras 7 foram ganhas pela coligação de direita PSD/CDS (Lisboa com Sentido). Todavia, o grande opositor foi a abstenção com uns “célebres” 48.43 % (7033 eleitores).

As grandes alterações em relação à votação de 2005, é a significativa baixa votação no PSD/CDS que, embora não tenham concorrido juntos em 2005, passaram de primeiros, com 39.93 % (3031votos), para segunda força política, com 36.90 % (2763 votos). Na prática, o grande castigado foi o CDS que deixou de estar representado na Assembleia de Freguesia. A CDU, que fez o mandato com um acordo com o PSD e teve dois elementos no executivo, pese embora tenham desenvolvido um bom trabalho em vários sectores, inesperadamente, também foi castigada; passando de 16.50 % (1252 votos), para 11.74 % (879 votos). Ainda assim, subiu relativamente às legislativas 15 dias antes 8.57% (739 votos). Contudo, perdeu um membro na Assembleia de Freguesia. O BE que muito prometia com uma equipa de candidatos exclusivamente moradores da freguesia, assentou o seu trabalho numa única pessoa que desenvolveu um trabalho de fraca qualidade e inconstante, e com várias ausências nas sessões da Assembleia de Freguesia. Ao ponto de não estar presente numa sessão onde havia uma sua proposta para apresentar, esclarecer e defender. Desceu de 8.97% (681 votos) para 6.25% (468 votos), e foi por escassos 50 votos que elegeu o tal representante. Se tivermos em conta que nas últimas eleições legislativas, 15 dias antes, tiveram 10.49% (904 votos) e que aquela força política está em evidente ascensão, dá para perceber que aquele cabeça de lista não mereceu a mínima confiança e, pelos vistos, não é muito identificado com a política do Bloco de Esquerda…

GERAL
ANO....................2005........%.......2009.........%
INSCRITOS.....15358..................14521
VOTANTES.......7599........49,5.....7488.....51.57
ABSTENÇÕES..7759.........50,5.....7033....48.43
PS.......................2293.........30.9.....3174....42.39
PSD/CDS...........3031.........39.9.....2763....36.90
BE.........................681...........8.9.......468.......6,25
CDU....................1252.........16.5.......879......11.74

DIVIDI A FREGUESIA EM CINCO LUGARES DE VOTO:

1) Alto de Campolide; 2) Tarujo/Rua de Campolide abaixo do nº 163; 3) Bairro da calçada dos Mestres; 4) Quinta da Bela Flor/ Cascalheira; 5) Bairro da Liberdade/Bairro da Serafina.


ALTO DE CAMPOLIDE

ANO...................2005........%............2009........%
INSCRITOS......9187........................8886
VOTANTES......4376.......47.6..........4482.....50.43
ABSTENÇÕES..4811.......52.4..........4404.....49.57
PS........................1371.......31.3...........1793....40.00
PSD/CDS...........2485.......56.8...........1875.....41.83
BE.........................405.........9.3.............245.......5.46
CDU......................531........12,1............452......10.08

1) O Alto de Campolide, local de tradicional concentração de votos no PSD/CDS, mas nestas eleições houve uma substancial queda nas intenções de voto naqueles partidos (-15%). O PS ganhou votos, quer à esquerda quer à direita (e subiu cerca de 9%). A CDU desceu 2 %, o BE baixou pouco mais de 3%. De salientar a descida da abstenção.


TARUJO / RUA DE CAMPOLIDE ABAIXO DO Nº 163
ANO.................2005...........%........2009..........%
INSCRITOS....1239........................960
VOTANTES......568..........45.8......456.........47.5
ABSTENÇÕES..671...........54.2.....504.........52.5
PS.......................185...........32.6....182...........39.91
PSD/CDS...........247...........43.5....183..........40.13
BE.........................49.............8.6......26.............5.70
CDU......................51.............9.0......50...........10.96


2) Também aqui a abstenção desceu: de 54.2 % para 52.5 %. Todavia, o PS subiu de 32.6 % para 39.91 %, o BE desceu para metade dos votos e a CDU manteve os votos de 2005, mas subiu percentualmente.


BAIRRO DA CALÇADA DOS MESTRES
ANO..................2005..........%.........2009.........%
INSCRITOS.......790........................816
VOTANTES.......480.........60.7.......499........61.15
ABSTENÇÕES..310..........39.3.......317........38.85
PS........................110.........22.9.......187.........37.47
PSD/CDS............227.........47.3.......190........38.07
BE..........................51.........10.6.........41...........8.21
CDU.......................66.........13.7.........80........16.03


3) Outro local onde o PS aumentou substancialmente a sua votação percentualmente: passou de 22.9% para 37.4 % (+ 14.5%!). As restantes caíram, com especial destaque para o PSD/CDS que passou de 47.3 % para pouco mais de 38 %. De salientar que esta secção foi a que teve menor abstenção (38.85%)!

BELA FLOR / CASCALHEIRA
ANO...................2005...........%.........2009..........%
INSCRITOS.......965...........................949
VOTANTES.......506..........52.4.........497........52.38
ABSTENÇÕES..459...........47.6.........452........47.62
PS........................182...........35.9........237........47.68
PSD/CDS............153...........30.2.........85........17.10
BE..........................35.............6.9.........43..........8.65
CDU......................99............19.5.......120.......24.14

4) Espectacular queda da direita que passou de 30.2% para 17.10%, cerca de 70 votos! No sentido oposto esteve o PS que subiu de 35.9% para 47.68%! O BE praticamente manteve e a CDU subiu cerca de 5%.

BAIRROS DA LIBERDADE E SERAFINA
ANO.....................2005........%.......2009.......%
INSCRITOS........3177....................2910
VOTANTES.......1569.......49,4......1554.....53.77
ABSTENÇÕES..1608.......50,6......1356.....46.23
PS..........................571.......36.4.........775.....49.87
PSD/CDS.............439........28.0.......430.....27.67
BE.........................153.........9.7..........113.......7.27
CDU......................309.......19.7.........189.....12.16
5) Felizmente a tendência da abstenção nesta zona foi invertida. A abstenção elevada nas eleições anteriores foi e é uma situação que me entristece mas que, de algum modo, percebo as razões que levaram estes moradores a fazê-lo. São muitas visitas nas campanhas eleitorais, muitas promessas por cumprir e a maioria entende ser assim a melhor forma de protestar, com o que eu, obviamente, não estou de acordo. Sou um acérrimo defensor do direito de voto e da sua concretização. Se acham que não há alternativas votam em branco, para assim, ficarem com toda a legitimidade para protestos posteriores. Assim, é como diz o povo: “Quem cala consente!”
Posto isto, há que dizer que o grande vencedor nesta zona, mais uma vez, foi o PS que esteve muito perto da maioria absoluta dos votos expressos (49.87%). A coligação de direita manteve o número de votos e de percentagem. Por sua vez, o BE teve uma ligeira queda (1.5%), e a CDU, muito provavelmente pela saída da sua lista de um morador daqueles bairros e muito carismático naquela zona, foi a força mais penalizada (-7.5%).

Por fim, salvo melhor opinião, considerando o trabalho desenvolvido, quer na Assembleia de Freguesia, onde a CDU, apesar de estar no executivo, foi praticamente a única força política a apresentar propostas (19), moções, manifestos, apelos e intervenções várias no período antes da ordem do dia em defesa de todos os moradores, mostrando que não estava ali para prestar vassalagem a ninguém. Considerando também, o trabalho desenvolvido no executivo da Junta de Freguesia que, não obstante, terem estado em minoria com o PSD, estes dois elementos, que nunca estiveram a tempo inteiro, tudo fizeram para cumprir com o programa eleitoral da CDU, no sentido de melhorar as condições e a qualidade de vida da população da freguesia de Campolide. Concluo com muita mágoa, tristeza e muito desgosto, que não merecíamos tal condenação e, nalgumas zonas, alguma ingratidão!
Orlando Duarte

sábado, 12 de junho de 2010

ELEIÇÕES...

Como disse atrás, muita água passou por debaixo das pontes… e, entretanto, houve as eleições legislativas que, em Campolide, teve a seguinte votação:

ALTO CAMPOLIDE

ANO 2009……………………….%
INSCRITOS…..9789
VOTANTES…..5819……..59.44
ABSTENÇÕES..3970…….40.56
PSD……………..1770……….30.41
PS……………….2052………35.26
CDU……………..406………....6.97
CDS……………….670………11.51
BE…………………558………..9.58

BAIRROS DA LIBERDADE E SERAFINA

ANO 2009……………………….%
INSCRITOS…..2890
VOTANTES…...1670……...57.78
ABSTENÇÕES..1220……...42.21
PSD………………..269……….16.10
PS………………....724……….43.35
CDU……………...204……….12.21
CDS……………….111………...6.64
BE…………………210……….12.57

BELA FLOR E CASCALHEIRA

ANO 2009………..…………..%
INSCRITOS……948
VOTANTES……582……….61.39
ABSTENÇÕES…366………38.61
PSD………………...70………..12.02
PS………………....255……….43.81
CDU………………..79………..13.57
CDS………………..42………....7.21
BE………………….82………..14.08

BAIRRO DA CALÇADA DOS MESTRES

ANO 2009……………………….%
INSCRITOS…….813
VOTANTES…….545……….67.03
ABSTENÇÕES…268……….32.97
PSD………………..147……….26.97
PS……………….....193……….35.41
CDU………………...50…………9.17
CDS………………....65……….11.92
BE…………………..54…………9.90

GERAL

ANO 2009……………………….%
INSCRITOS…..14440
VOTANTES…....8616……..59.66
ABSTENÇÕES..5824……..40.34
PSD……………....2258………26.20
PS………………...3224………37.41
CDU…………….....739………..8.57
CDS………………..888………10.30
BE………………….904………10.49

Não obstante ter descido 1150 votos (8.49%) o PS volta a ganhar estas eleições apesar do muito Blá Blá como dizia na mensagem de “Mais do mesmo”.

Por fim, destacar o ponto positivo da maior percentagem de votação: Bº da Calçada dos Mestres – 67.03%; e do ponto negativo da maior percentagem de abstenção: Bºs da Liberdade e Serafina – 42.21%...

Orlando Duarte

sábado, 5 de junho de 2010

ENCERRAMENTO DAS ESCOLAS

Como sabem, o governo de José Sócrates começou por mandar encerrar as escolas do 1º ciclo com menos de 10 alunos. Nessa base, de 2005 até 2009 foram encerradas 2300 escolas por todo o país – sobretudo no interior.

Recentemente foi anunciado que vão encerrar as escolas do 1º ciclo com menos de 20 alunos (2200 escolas). Tudo isto porque a ministra Maria Isabel Girão de Melo Veiga Vilar… (Ai não sabiam que é este o nome da famosa escritora Isabel Alçada) é de opinião que só há qualidade nas escolas se houver concentração e não dispersão de alunos. O problema e a minha grande preocupação; é que a ideia começou com 10 alunos, já vai em vinte, qualquer dia trinta…

Mas depois temos as Novas Oportunidades, até aqui, só para adultos, mas, brevemente, também para jovens. Pois o jovem com mais de 15 anos que frequente o 8º ano pode candidatar-se a exame para o 10º ano!... Então não é uma ideia brilhante?... Tudo em nome da igualdade e da não discriminação, como é óbvio!...

O que é óbvio é que assim, o aluno de 14 anos, aplicado e estudioso passa no exame do 8º ano para o 9º ano, naturalmente. O que não estudou e deixou “andar o barco”é-lhe dada a “oportunidade” de passar directo do 8º para o 10º ano!... E dizem eles que isto é igualdade e não discriminação…

Claro que me preocupa o encerramento de mais de 900 escolas por todo o país, a partir do próximo ano lectivo. Mas o que me preocupa mais é o facto da escola 96, no Bº da Liberdade, onde estudavam mais de 100 crianças, tenha sido encerrada com argumentos falaciosos de falta de segurança do edifício face à escarpa adjacente, e que essas crianças tenham sido empurradas, primeiro para outra escola fora da freguesia onde, por motivos vários passaram um mau bocado… e depois para outra escola da freguesia (escola 23 – Mestre Querubim Lapa), mas longe da área de residência e algo sobrelotada.

Claro que me preocupa o encerramento de mais de 900 escolas por todo o país, a partir do próximo ano lectivo. Mas o que me preocupa mais foi o encerramento da escola 13, em Campolide, onde estudavam mais de 100 crianças, com o, também, falacioso argumento de falta de segurança do edifício, sendo os alunos transferidos para a tal escola longe da área de residência e algo sobrelotada (escola 23 – Mestre Querubim Lapa)

Curioso o que estas escolas têm em comum: ambas foram encerradas com argumentação de falta de segurança, e ambas foram reocupadas, sem que tenha havido obras de fundo, por entidades de formação de jovens: Escuteiros e Escola de teatro, respectivamente. Curioso não é?...

Claro que me preocupa o encerramento de mais de 900 escolas por todo o país, a partir do próximo ano lectivo. Mas o que me preocupa mais é o facto da escola 80, na Quinta da Bela Flor, onde estudavam mais de 100 crianças, que era um edifício provisório há mais de vinte anos, tenha sido demolido (e bem), mas ao contrário do prometido nunca foi substituído por um novo. Aliás, chegou haver projecto, obra adjudicada e até obras das fundações. O problema foi quando descobriram que o terreno na área da escola era terra e entulho proveniente das obras do metropolitano e, em face disso, não havia condições para erigir ali qualquer edifício. O estaleiro foi retirado, o empreiteiro indemnizado e, até hoje, passados alguns anos, nada! Claro que os alunos foram transferidos para a tal escola longe da área de residência e algo sobrelotada (escola 23 – Mestre Querubim Lapa).

Lamentavelmente em quatro escolas públicas que havia na freguesia, três foram encerradas… E tinham, seguramente, muito mais que vinte alunos…

Outra curiosidade, é o facto dos alunos das três escolas encerradas terem sido transferidos para a Escola 23 – Mestre Querubim Lapa… a tal longe da área da residência (Tarujo) e… algo sobrelotada – já perceberam agora porquê…

Orlando Duarte

terça-feira, 1 de junho de 2010

MAIS DO MESMO...

… Entretanto, muita água passou por baixo das pontes…

Houve muito blá, blá, blá... Nos transportes tudo se queixa, nos mercados idem idem, há manifestações em todos os sectores, porém…

Chegadas as eleições; primeiro as legislativas, depois as autárquicas. Houve mais do mesmo…

Trocamos de tudo menos de sentido de voto…

Trocamos de meias, cuecas, calças, camisas, carro e até de companheira/o. Para tal, basta que nos comprometam ou traiam… de clube ou partido é que não!Todavia, se percebo a razão relativamente ao clube, o mesmo já não acontece com o partido.Dum modo geral, todos nós temos um clube da nossa simpatia. No meu caso pessoal, talvez por influência doméstica e paternal, mas não por imposição, ao longo da minha infância e adolescência habituei-me a conviver com aquele clube, decorrendo essa simpatia até aos dias de hoje. Digamos que é uma espécie de apêndice familiar. Se ganham, a alegria irradia casa dentro e tudo é fantástico e fabuloso. Se perdem, bom, aí, não há nenhum drama mas, convenhamos, a atmosfera é outra, os semblantes mudam um tudo-nada para o carregado…porém, quando tal acontece, a não ser aquela tal “azia”, não vem mal nenhum para a minha saúde, educação ou harmonia familiar…No caso dos partidos há uma ligeira diferença, dum modo geral e tendo em consideração a grande abstenção nas urnas, nem todos nós temos um partido da nossa simpatia. No meu caso pessoal, não sou, nem nunca fui militante de qualquer partido. Porém, não por influência partidária, mas sim por simpatia e respeito por aqueles homens e mulheres abnegados e lutadores que no passado tudo fizeram (alguns até a vida deram) em prol da liberdade, da democracia e do bem-estar da população. Homens e mulheres que hoje continuam com a mesma coerência e dedicação e sem qualquer outro interesse que não sejam os valores já referidos. Por tudo isto (que não é pouco), tem havido sempre interesse e justificação para votar num partido. Todavia, não havendo no quadro nacional, partidos cujo programa eleitoral não venham ao encontro daqueles valores, não me absterei de votar. Voto em branco. O voto em branco é tão válido como os outros, só que tem esta pequena (grande) diferença: não vota em ninguém, ao contrário da abstenção que vota na maioria! Quem cala consente…já repararam que mais de 3 milhões de portugueses não votam. Por isso é que o partido do governo se sente legitimado e mandatado pela maioria. E mais, Salvo melhor opinião, apesar da liberdade nos dar o direito de não votar, eu considero que não votar é uma ofensa àqueles que lutaram e sofreram para nós termos esse direito!Vamos no 19º Governo eleito por sufrágio livre e universal. Como não foi sempre o mesmo partido a governar, Será que podemos afirmar que a maioria nunca trocou de partido? Ora bem, Indo ao cerne da questão, acho que podemos afirmar que a maioria nunca trocou de partido. O que tem contribuído para a alternância governamental, é uma franja do eleitorado que anda ao sabor das promessas, ora vota num, ora vota noutro partido, não percebendo que no papel esses partidos são diametralmente opostos, mas na prática (e esta é que conta) são iguaizinhos!O engraçado é ouvir-se nalgumas conversas, nos transportes públicos por exemplo, frases como: “eu não votei neles!”, “eu não voto!” ou “eu nunca mais voto neles!”. E quando se pergunta porque é que não troca de partido. A resposta é invariavelmente esta: “trocar para quê? São todos iguais!”, ou então: “Ah, sempre votei neles, não é agora que vou trocar!”.Ao contrário dos clubes, no caso dos partidos (os dois governamentais), não é a mesma coisa. Sempre que há maus resultados (e tem havido muitos), não é só “azia” que sentimos, é sobretudo o nosso futuro que tem sido, e é posto permanentemente em causa. Não podemos encarar os partidos como encaramos os clubes. Não podemos encarar o 1º Ministro como encaramos o treinador ou presidente do nosso clube. Se o treinador do nosso clube tem uma má táctica, o que é pode acontecer? Perder 3 pontos? Uma taça? Um campeonato? E depois? O que é que isso tem de mal para o nosso futuro?...Moral da história: podemos viver uma vida “agarrados” a um clube sem necessidade de trocá-lo face aos seus maus resultados. Já vimos que a única consequência, dos tais maus resultados, é a tal “azia”, nada que não passe ao fim de algumas horas, ou dias nalguns casos!...No caso político, não podemos viver “agarrados” a um partido. Sempre que houver mudanças de Direcção, há que estar atentos e vigilantes com o rumo dado ao partido. Nos partidos governamentais, o que tem acontecido, é que sem mudarem o nome do partido, ao mudarem de timoneiro, as mudanças estratégicas, por vezes, vão de extremo a extremo…Naturalmente, não podemos, nem devemos, subestimar todas as alterações que se verificaram no pós 25 de Abril até à actualidade. Mas com isso não podemos vedar os olhos ao ponto de negarmos a realidade actual. Que nalguns casos está pior que antes do 25 de Abril…veja-se o caso do Regime laboral, por exemplo.Vai ser o eterno problema deste país, contra mim falo, acomodámo-nos…e nem trocamos de partido, e muito menos fazemos algo para trocar o interior dos partidos, ou criarmos outros partidos!!!

Um Abraço

Orlando Duarte