terça-feira, 1 de julho de 2008

DOMINGOS CASTRO VISITA ESCOLA...



















Na sequência de visitas, de altas figuras do passado recente do nosso atletismo, para transmitirem um pouco a sua experiência desportiva, do seu passado enquanto estudantes e, por fim, enquanto campeões, Domingos Castro, recordista nacional de várias distâncias, atleta olímpico, campeão europeu e mundial, visitou o projecto de iniciação ao atletismo coordenado por Álvaro Costa em parceria com o Centro de Recreio Popular nº 50, do Bº da Calçada dos Mestres e a Escola de Educação Popular.

Pelas 17h30 do passado dia 27 de Junho, no acolhedor pavilhão da referida escola, Domingos Castro iniciou a sua empolgante palestra dedicada aos alunos e participantes do referido projecto. Domingos Castro começou, naturalmente, por referir as suas dificuldades na iniciação no atletismo, não obstante a vida hoje estar difícil, há 30 anos as dificuldades eram outras e, sobretudo, maiores, e se dissermos que Domingos Castro era um dos oito filhos do casal, mais fácil percebemos como terá sido. Porém, com trabalho, dedicação e apoio de algumas pessoas, como é o caso das pessoas envolvidas neste projecto, alguma coisa se há-de conseguir, e no caso do Domingos Castro foi aquilo que todos nós bem conhecemos.

Não fugindo muito da linha do que disse Fernando Mamede na sessão anterior, Domingos Castro bateu muito na tónica da aplicação nos estudos em primeiro lugar. Disse várias vezes que uma coisa sem a outra não faz sentido e ambas se complementam. Chamou a atenção para a disciplina e aplicação nos treinos, sem eles nada se consegue. Falou do relacionamento e respeito com os monitores, assim como, e sobretudo, com os pais. Alertou para o facto dos pais quando lhes ralham ou os castigam, é para bem deles, e foi com certo brilho nos olhos que Domingos Castro falou nos seus pais – felizmente ainda vivos – contando várias peripécias até "abandono" do seu lar para vir para Lisboa a fim de evoluir mais na sua carreira.

Acabou a sua palestra com agradecimentos aos responsáveis do projecto pelo convite que lhe fizeram; agradeceu a presença dos pais; agradeceu aos alunos pela atenção prestada às suas palavras, e manifestou o desenho de voltar, e dessa vez com brindes para todos, mas de preferência para os melhores comportados.

Pelas 18h30 foi dado início a um ligeiro treino, cerca de 15 minutos, mais para demonstração do trabalho que eles desenvolvem no pavilhão, porque o trabalho de pista é no Estádio do Restelo às terças e quintas-feiras.

De referir que havia a festa de encerramento escolar, com um bonito arraial com música popular, sardinhas e febras na brasa, e para que a esta iniciativa da vinda de Domingos Castro à escola terminasse em beleza, o músico João Gil, o outro grande impulsionador deste projecto, também fez questão de estar presente e participar com aquilo que ele tão bem sabe fazer. Felizmente não veio só, para além da sua viola, trouxe um amigo e companheiro deste seu último trabalho: João Campos, que nos brindou com uma dezena de bonitos temas do tempo da Ala dos Namorados e até dos Trovante.

No final do ano zero, os mentores deste projecto: João Gil e Álvaro Costa, mostram-se satisfeitos com os resultados alcançados e prometem mais trabalho em prol da modalidade, mas sobretudo das crianças!

Por ser de todo justo, há que referir que este projecto tem o apoio do Montepio Geral, ANA Aeroportos, Aquilino Ribeiro – construções, Nestlé, Junta de Freguesia de Campolide, Centro de Recreio Popular nº 50 e Externato de Educação Popular do Bº da Liberdade.

Orlando Duarte

quinta-feira, 1 de maio de 2008

HABITAÇÃO NO Bº DA LIBERDADE

Todavia, a questão da habitação não é tão simples quanto parece. Do meu ponto de vista, este é um tema fulcral na vida dos portugueses. Já dizia o poeta: só há liberdade quando houver: pão, saúde, habitação…
É um direito consignado na nossa Constituição:

Artigo 65.º
(Habitação e urbanismo)
1. Todos têm direito, para si e para a sua família, a uma habitação de dimensão adequada, em condições de higiene e conforto e que preserve a intimidade pessoal e a privacidade familiar.
2. Para assegurar o direito à habitação, incumbe ao Estado:
a) Programar e executar uma política de habitação inserida em planos de ordenamento geral do território e apoiada em planos de urbanização que garantam a existência de uma rede adequada de transportes e de equipamento social;
b) Promover, em colaboração com as regiões autónomas e com as autarquias locais, a construção de habitações económicas e sociais;
c) Estimular a construção privada, com subordinação ao interesse geral, e o acesso à habitação própria ou arrendada;
d) Incentivar e apoiar as iniciativas das comunidades locais e das populações, tendentes a resolver os respectivos problemas habitacionais e a fomentar a criação de cooperativas de habitação e a autoconstrução.
3. O Estado adoptará uma política tendente a estabelecer um sistema de renda compatível com o rendimento familiar e de acesso à habitação própria.
4. O Estado, as regiões autónomas e as autarquias locais definem as regras de ocupação, uso e transformação dos solos urbanos, designadamente através de instrumentos de planeamento, no quadro das leis respeitantes ao ordenamento do território e ao urbanismo, e procedem às expropriações dos solos que se revelem necessárias à satisfação de fins de utilidade pública urbanística.
5. É garantida a participação dos interessados na elaboração dos instrumentos de planeamento urbanístico e de quaisquer outros instrumentos de planeamento físico do território.

E o que é que nós temos visto? Um grande alheamento do Estado na construção de habitação social. Porém, para colmatar esta lacuna, foi criado os juros bonificados, sobretudo para os jovens. Passados uns anos e com o remoinho de governos, lá se foi o juro bonificado.
Em 1993 o Governo de Cavaco Silva cria o PER – Decreto-Lei n.º 163/93, de 7 de Maio, que criou o Programa Especial de Realojamento nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto... transfere e delega nas câmaras municipais a responsabilidade de construírem habitação social para erradicação das barracas. O problema é que a transferência da responsabilidade do direito monetário era inferior à responsabilidade do dever de construção.

A exemplo doutras câmaras, Lisboa subscreveu o PER, visando a eliminação de mais de dez mil barracas existentes na cidade, entre as quais estavam 854 nas Quintas da Bela Flor e José Pinto. Para a erradicação destas barracas foram projectados para estes dois locais 990 fogos – 550 para a Quinta José Pinto e 440 Para a Bela Flor – porém, a quantidade dos fogos construídos deixa muito a desejar, sobretudo na Quinta José Pinto. Nem um único fogo foi lá construído, pelo contrário, o que vimos foi uma área considerável daquele terreno ser oferecido ao Sporting C. de Portugal. Este clube poderá ter muito mérito e razões para ser apoiado pela câmara, mas nunca com terrenos naquele local, face à carência habitacional da freguesia! E os terrenos lá continuam em regime de baldio. Nem PER, nem EPUL – Jovem, nada! Uma autêntica vergonha, para não dizer um escândalo!

Só houve construção de fogos na Bela Flor, mas poucos, nada que se compare com os tais 440 prometidos e anunciados, e até à chegada de Santana Lopes, porque com Santana Lopes o que houve foi demolições de fogos em prédios já construídos.

Agora o mais engraçado, que não tem graça nenhuma: os “experts” da matéria, quer do governo, quer os da câmara, considerarem que no Bº da Liberdade, Vila Ferro e Vila Amendoeira não havia barracas!!! Outra vergonha, outro escândalo!

Contudo e ainda assim, o PER chega ao Bairro da Liberdade, só que… em 2001!!! E quando se espera a requalificação total, cai-se no vazio, na incompetência, no abandono e no salve-se quem puder…era bom que pudéssemos esquecer as palavras certas e precisas (no início do século XX) do escritor e Ministro Republicano, Guerra Junqueiro, que clamava: Vivem quadrúpedes em estrebarias de mármore, enquanto agonizam párias em alfurjas infectas, ruídos de vermes…

Entretanto, realizaram-se as eleições intercalares em 2007 para a Câmara Municipal de Lisboa

Os Bairros da Liberdade e Serafina foram a zona da freguesia com maior abstenção: 69.8 %!!! Aqui funcionou, claramente, o apelo à abstenção feito por alguns moradores da zona junto à Igreja de S. Vivente de Paulo porque, após promessas e mais promessas, os vários executivos camarários, ou pouco fizeram, ou nada têm feito por aquela zona. Todavia, independentemente do direito que lhes assiste em não votarem, parece-me não ser a fórmula mais correcta e acutilante para levar a cabo qualquer luta ou protesto, bem pelo contrário, o voto, não sendo a única, é uma arma que podemos e devemos utilizar na hora e no local próprios! E o que é que esta atitude suscitou? O paradoxo! Os grandes e únicos culpados de tal situação não foram penalizados! Os que pouco ou nada fizeram tal como o PS, (enquanto governo e na autarquia) desceram só 2.6 %, e o mais incrível, o PSD (com Santana Lopes) + Carmona Rodrigues que muito prometeram e nada fizeram, ainda subiram 0.2 %!!!

Perante tanta falta de respeito e consideração, quer por parte dos sucessivos governos nacionais, quer por parte dos governos camarários, não há dúvida que a maioria dos moradores têm o que merecem…

terça-feira, 29 de abril de 2008

HABITAÇÃO NO Bº DA LIBERDADE

Bairro da Liberdade
Ao fim de quatro anos desocupada, encosta tornou-se 'o novo Casal Ventoso'
Uns chamam-lhe o novo Casal Ventoso, outros falam de Beirute ou do Iraque. Desocupada há quatro anos por perigo de derrocada, a encosta do bairro da Liberdade, em Lisboa, está hoje destruída, entaipada e ocupada por toxicodependentes
«O nosso bairro está uma miséria», diz uma moradora, logo sustentada por outra: «as casas por fora parecem estar bem, mas por dentro é uma desgraça, roubaram tudo para vender ao ferro-velho».

A destruição começou depois de Fevereiro de 2004, quando sessenta famílias que moravam na Rua Inácio Pardelhas Sanches, em Campolide, foram realojadas em casas alugadas pela Câmara de Lisboa para permitir obras de estabilização do talude, previstas para um período de oito meses, findo o qual regressariam.

Quatro anos depois, os moradores continuam alojados em casas espalhadas pela cidade, embora já pudessem regressar desde 2006, quando foi feita a vistoria aos edifícios após as obras de demolição.

Segundo o presidente da Junta de Freguesia de Campolide, Jorge Gonçalves, os moradores não se mudaram porque nunca foram notificados pela autarquia.

Agora, apenas «duas ou três famílias» podem regressar, porque a grande maioria das casas foi vandalizada e transformada em abrigo para toxicodependentes.

Durante uma visita ao bairro, Jorge Gonçalves afirmou que «a Câmara de Lisboa não conseguiu salvaguardar o património», enquanto apontava para um prédio de oito apartamentos que «estruturalmente está bem, mas que foi todo destruído por dentro».

Esta acusação é refutada pela vereadora da Habitação (PS), Ana Sara Brito, que lembra que as habitações são particulares e que «os senhorios têm de assumir as suas responsabilidades».

«Há a responsabilidade dos senhorios, que estão a receber renda e não têm preocupação com as pessoas», sustentou a autarca, avançando que já pediu ao departamento do Património e Imobiliário que notifique os senhorios para repararem as casas para que as pessoas que estão em habitações arrendadas pela Câmara regressem.

A autarca sublinhou que nas habitações em que a Câmara tem responsabilidade, «a decisão é fazer a recuperação e integrar as pessoas em segurança».

Entretanto, as casas desocupadas estão «escondidas» por um tapume que, segundo moradores do bairro, apenas serve para esconder a desgraça do olhar das pessoas.

«Com o taipal ainda foi pior. As pessoas escondem-se lá dentro e fazem o que querem», disse à Lusa um morador.

Quem olha para lá do tapume encontra um cenário desolador. As habitações estão pintadas com graffitis, cheias de entulho, colchões, sofás, pratas queimadas e seringas usadas.

«Parece Beirute», disse o autarca de Campolide, lembrando que o bairro da Liberdade, apesar de ter alguma «má fama», era «perfeitamente seguro».

Com o fim do Casal Ventoso, os toxicodependentes ficaram sem abrigo e começaram a utilizar as estruturas desabitadas no bairro para consumo de droga e para passarem a noite, sustentou o autarca, contando que «há pessoas a injectar-se a céu aberto».

O autarca revelou que há seis semanas houve um crime de homicídio em Vila Ferro, o que já não acontecia há 30 anos, e também já ocorreu um incêndio numa casa abandonada.

Comerciante no bairro há 45 anos, Fernando Salgueiro contou à Lusa que o abandono das casas levou muitos toxicodependentes para o bairro.

«Isto agora é o novo Casal Ventoso», sublinhou o comerciante, que viu o seu negócio arruinar-se com a saída das pessoas do bairro.

Aida Cruz, 70 anos, tinha uma peixaria na rua que teve de abandonar há quatro anos. Desde essa altura recebe uma compensação mensal de 500 euros da autarquia pelo fecho do estabelecimento.

A comerciante, que vendia peixe no bairro há meio século, mostrou à Lusa o estado em que lhe deixaram a peixaria: entulho por todo o lado, vidros partidos, folhas de livros das finanças espalhadas pelo chão, ombreiras das portas e janelas arrancadas.

«Eu quando entro aqui até fico doente. Isto estava espectacular e agora está tudo destruído. Até tiveram o prazer em descascar os fios da electricidade», disse Aida Cruz, comentando enervada: «É o Iraque autêntico».

Belmira Gonçalves, 53 anos, está entre os poucos moradores que, para já, vai regressar ao bairro, depois de ter feito dois pedidos à autarquia - o último em Julho do ano passado - para voltar à sua casa, o que foi concedido em Fevereiro.

O edifício onde mora não foi alvo de actos de vandalismo porque o estabelecimento do rés-do-chão manteve-se em funcionamento, contou a moradora, que não consegue esconder a satisfação de poder voltar ao bairro onde morou toda a vida.

«Sinto que é bom para mim, porque vou para a minha casa, e para a Câmara que está a gastar 850 euros por mês com o aluguer da casa onde estou a morar em Benfica», sublinhou.

Durante os quase quatro anos que viveu em Benfica, Belmira Gonçalves continuou a pagar uma renda de 300 euros pela casa no bairro da Liberdade, onde tinha investido 10 mil euros em obras de recuperação.

A moradora apenas lamentou que a Câmara só lhe tenha dado um mês para deixar a casa em Benfica e fazer a mudança.
Lusa / SOL

domingo, 16 de março de 2008

ATLETISMO EM CAMPOLIDE










“Os bons professores educam para uma profissão, os professores fascinantes educam para a vida” Augusto Cury


O SONHO COMANDA A VIDA…

Álvaro Costa, nascido e criado no Bairro da Liberdade, despertou para o atletismo nos idos anos setenta. Eu já praticava corrida há alguns anos (dois ou três), tinha algum conhecimento básico, e via no Álvaro excelentes condições morfológicas para a corrida de fundo, e depois de muita insistência por mim exercida, ele lá se convenceu (felizmente) a praticar a modalidade. Naquela altura, os conhecimentos e as condições técnicas e de treino, eram muito rudimentares. Era necessário muito amor e espírito de sacrifício para se praticar atletismo no Bº da Liberdade. Mas ele sempre se revelou ser lutador e perseverante e, com mais ou menos dificuldade conseguiu superar os obstáculos surgidos pelo caminho. Ao fim de um ano de actividade, foi prestar provas num torneio de captação do S. L. e Benfica, e o inevitável aconteceu: foi apurado para integrar as fileiras da equipa de juniores. Por lá esteve um ano no escalão, onde alcançou bons resultados. Porém, chegado a sénior, onde a carga de treino sobe consideravelmente, não conseguiu corresponder, face ao esforço dispendido na sua actividade laboral (montagem de elevadores), aos anseios e pergaminhos dum clube como o S. L. e Benfica, e teve que mudar de clube, passando depois pelo C. F. “Os Belenenses”, Centro de Atletismo de Campolide e muitos mais clubes onde alcançou bons resultados como os 3m50s nos 1500 mts; 8m25s nos 3000 mts; 14m12s nos 5000 mts; 29m58s nos 10000 mts; 1h03m52s na Meia maratona e 2h17m32s na Maratona. Álvaro Costa faz parte da Brigada Fiscal da G.N.R. e nessa qualidade participou em várias equipas militares campeãs do mundo de estrada e corta-mato. Actualmente, como veterano, alcança óptimos resultados e vitórias no seu escalão etário – M45 (homens com idade entre os 45 e 49 anos).

Face às dificuldades por que passou, Álvaro Costa sempre sonhou um dia poder transmitir as suas experiências e o seu passado aos mais novos e, dentro das suas possibilidades, criar as melhores condições, no Bº da Liberdade, para a prática da modalidade.

Por razões que agora não interessam, as vidas de Álvaro Costa e do músico João Gil cruzam-se, e deste contacto nasce um forte relacionamento de amizade e desportivo. Álvaro Costa apresenta o seu projecto a João Gil, e este, acha-o interessante e promete apoiá-lo. O que de resto, tem vindo a fazê-lo ao seu melhor nível. Destes contactos nasce uma parceria entre o Centro de Recreio Popular do Bº da Calçada dos Mestres e o Externato de Educação Popular que, com o apoio de algumas empresas que patrocinam o projecto – Montepio Geral, ANA Aeroportos, Aquilino Ribeiro – construções e a Néstle - levam hoje, cerca de 40 jovens de ambos os sexos, a terem um primeiro contacto com a modalidade e, numa primeira fase, a experimentarem o mais possível as disciplinas do atletismo. O principal objectivo não é fazer-se campeões – mas porque não – mas sim levar as crianças a gostar da modalidade e a praticá-la nas suas mais variadas vertentes.

FERNANDO MAMEDE VISITA ESCOLA…




Dentro deste espírito, Álvaro Costa começa por convidar uma grande figura do nosso atletismo para uma prelecção aos seus alunos: Fernando Mamede
Pelas 16 horas do dia 14 de Março, no pavilhão do externato, lá estava Fernando Mamede rodeado de alunos a ouvir a maravilhosa história e o currículo do ex recordista do mundo em 10 000 metros.

Fernando Mamede começa por dizer que tudo começou aos 14 anos, ainda em Beja. Depois, já em Lisboa e no Sporting, começou por fazer curtas distâncias (400/800mts). Com calma, disciplina e vontade de vencer, foi evoluindo, quer nas distâncias (1500/5000/10000 mts), quer na categoria onde, a nível nacional foi várias vezes campeão. A nível internacional e nos campeonatos do Mundo, Europa e Jogos Olímpicos, não ganhou tantas medalhas como gostaria – e dizemos nós: merecia e tinha mérito para isso – por razões psicológicas, onde ele deu como exemplo: o aluno que está bem preparado para o exame, mas chegada a hora H, dá-se uma branca no cérebro não corresponde e é chumbado. Porém, ainda a nível internacional, mas no âmbito dos “meetings”, já mais “solto”, foi dos melhores do mundo: chegou a ser recordista da Europa e do Mundo em 10 000 metros, ganhou vários meetings e, ao longo de três anos a nível mundial e cinco anos europeu, não perdeu uma corrida, das muitas, em que participou!

Fernando Mamede chamou muito atenção para a importância dos estudos, estes acima de tudo. Chamou também atenção para a disciplina, rigor e respeito para com o Monitor ou treinador. Onde salientou o facto de ter tido só um treinador, pela simples razão daquele ter sido, se não o melhor, um dos melhores treinadores do Mundo (Mário Moniz Pereira).

Depois da prelecção, manifestou a satisfação por este projecto. Disse ser interessante o envolvimento dum grande músico do nosso país, como é o caso de João Gil. É bom para a modalidade, mas sobretudo para as crianças, que hajam estes projectos, em que todos só têm a ganhar com eles: as crianças, a modalidade, as instituições, a localidade e o país.



“Os bons pais preparam os filhos para os aplausos, os pais brilhantes preparam os filhos para os fracassos” Augusto Cury


A Irmã Nazaré, Directora da escola, ouvida por nós, teve também ocasião de manifestar a sua alegria e satisfação por este projecto. Começou por dizer que numa primeira fase, houve alguns obstáculos a contornar, mas agora tudo vai bem. Informa-nos que integrado neste projecto há também aulas de música. À pergunta se o atletismo não prejudicava a vida escolar, a resposta foi célere e convicta “De modo algum, bem pelo contrário!” “Uma coisa desenferruja a outra e vice-versa!” Ainda segundo a Irmã Nazaré, a satisfação estende-se aos pais dos alunos que lhes transmitem satisfação e melhorias no comportamento dos seus filhos.

Entretanto decorreram dois torneios de jovens nas pistas dos Estádios Universitário e Restelo. Perguntámos ao Álvaro Costa qual o balanço destes cem dias e da prestação da equipa nestes torneios: “O balanço não podia ser mais positivo. Como tudo na vida, de início houve muita dificuldade para pôr a “máquina em movimento”. Hoje as coisas estão a entrar nos “eixos”. Havia muitos jovens sem um mínimo contacto com a modalidade, sem hábitos nem disciplina de treino. Tudo isso estar a ser muito bem assimilado por eles e as coisas estão a tornar-se mais fáceis. No aspecto técnico, há já jovens a revelar talento para a velocidade, e outros para as disciplinas técnicas e estou muito satisfeito com a evolução deles. A prestação da equipa nestes torneios, não podia ser melhor. Sem grandes treinos de blocos de partida, há resultados interessantes a nível de provas de 40 e 60 metros, assim como também no comprimento. Mas como disse no início, para já os objectivos não são “fabricar” campeões a nível júnior – se aparecerem não os enjeitaremos – mas sim a nível sénior”.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Escolas encerradas



A política executada pelo PSD (Santana Lopes e Carmona Rodrigues) na Câmara Municipal de Lisboa desde 2001 até à meses atrás, agravou a situação do Parque Escolar da Freguesia de Campolide.

A política do Partido Socialista no Governo conduz à mesma situação.

Na nossa Freguesia, há tristes exemplos que comprovam que assim é e que mostram os prejuízos que advêm para a população, quer por culpa do PSD, enquanto esteve na Câmara, quer por culpa do PS na DREL e no Ministério da Educação.

1º - Em Setembro de 2002, foi encerrada pela CML a Escola 96.
Em 2007, a CML previa a construção da Escola na 4ª fase do Plano de Reabilitação do Bairro da Liberdade. Até agora, ainda não se sabe para quando a sua concretização.

2º - Em 2003, a CML encerrou a Escola 13, alegando que estava em ruínas.
No mandato que foi interrompido pelas eleições intercalares, havia promessas da abertura da escola, dando o dito por não dito, porque afinal…a escola já não está em ruínas.

3º - Em Janeiro de 2005, a CML inicia a construção da Escola 80 e do Jardim-de-Infância da Bela Flor.
Parecia que dessa vez tudo estava a ir bem. Mas…passadas três semanas, a mesma CML conclui que afinal o projecto estava imperfeito. A construção foi interrompida, o empreiteiro indemnizado. Até hoje…


Segundo a página oficial da Junta de Freguesia de Campolide:
“ Na passada quarta-feira, a Vereadora Rosália Vargas, responsável pelas áreas da Cultura, Juventude e da Educação no actual executivo camarário, visitou a Escola Querubim Lapa sendo acompanhada pelo Presidente da Junta de Freguesia Jorge Santos.
Nesta visita foram abordados os temas relativos à situação do parque escolar da Freguesia, tendo sido conseguidos avanços consideráveis na resolução de algumas das situações que se encontravam pendentes.

Como resultado imediato desta reunião, ficou marcada para a próxima semana uma nova deslocação da Vereadora, desta vez para uma visita às escolas que se encontram encerradas na Freguesia, com a finalidade de se encontrarem soluções para a eventual reabertura das mesmas.

No entanto, a resolução mais importante foi o desbloqueamento do projecto de reformulação da cozinha e do refeitório da Escola Querubim Lapa, que há já vários meses se encontrava pronto na Câmara, mas que por razões que nunca nos foram explicadas, não nos era entregue.

Imediatamente após a reunião, a Vereadora Rosália Vargas, fez chegar à Junta de Freguesia o referido projecto, permitindo assim que a Junta inicie os procedimentos necessários para o lançamento do concurso para a adjudicação da obra.

Como se sabe, devido aos problemas financeiros que a Câmara Municipal de Lisboa atravessa e que impediam a realização desta importante obra, a Junta tomou a decisão de avançar com a remodelação do refeitório e cozinha da Escola Querubim Lapa suportando os respectivos custos.

Esta obra vai permitir que a comida que é servida às nossas crianças passe a ser preparada na escola, acabando com o actual serviço de catering, melhorando em muito a qualidade das refeições, baixando ao mesmo tempo os custos actuais com as refeições”

domingo, 20 de janeiro de 2008

O CONFORMISMO É O CARCEREIRO DA LIBERDADE E O INIMIGO DO CRESCIMENTO

A acção do autarca na sua freguesia deve ter como objectivo principal a melhoria das condições de vida da população que representa, dignificando assim o mandato recebido.

Por termos tal entendimento é que em cada sessão da Assembleia de Freguesia de Campolide, procuramos levar a debate os problemas que afligem a nossa população e que de alguma forma a sua resolução depende da acção da Junta de Freguesia de Campolide.

Não é nossa intenção “incomodar” sistematicamente o executivo com propostas e recomendações de difícil concretização, só para apresentar “serviço” nas assembleias. Antes, procuramos com a sua apresentação, colaborar também com o executivo, fazendo chegar ao seu conhecimento, problemas que, com o enorme esforço que desenvolvem para responder a inúmeras solicitações e iniciativas, por vezes não lhes permite detectar. A apresentação destas questões tem sempre como base a observação directa dos problemas ou a apresentação informal de críticas e sugestões por parte de elementos da população. Contudo, por uma razão ou outra que ignoramos totalmente, este trabalho tem sido inglório e, sobretudo, inconsequente.

Assim, lembramos o executivo da Junta de Freguesia de Campolide em particular, e a população em geral, que, até hoje, não houve respostas, quer escritas, quer físicas, às propostas, sugestões e a outras perguntas por nós apresentadas na Assembleia de Freguesia de Campolide durante estes dois anos de mandato:

PROPOSTAS

1 - Instalação duma Esquadra de Polícia na Quinta Bela Flor;

2 - Construção da escola nº 80 na Quinta Bela Flor
(Em Junho 2007 foi aprovado uma proposta na Câmara para num prazo de 3 meses fosse apresentado um novo concurso alternativo para a construção da escola EB1+JI e até hoje nada);

3 - A circulação automóvel confusa na Rua dos Arcos (ambas as ruas paralelas ao Aqueduto, apesar da sua estreita largura, têm dois sentidos;

4 - Extensão da Junta de Freguesia de Campolide no Bº da Liberdade;

5 - Extensão do Centro de Saúde de Sete Rios para o Bº da Liberdade e Serafina;

6 - Construção de Cobertura e infra estruturas – bancas novas, wcs e iluminação - do Mercado Levante do Bº da Liberdade;

7 - Que seja promovido o estudo e a sua consequente concepção dos arranjos exteriores para parque de estacionamento, áreas verdes ou mais equipamento desportivo na área envolvente às instalações sociais e desportivas do Liberdade Atlético clube e da antiga Rua C;

8 - Proceda à imediata demolição das casas abandonadas na Cc. Dos Sete Moinhos, Bº da Liberdade, Vila Ferro e Tarujo. (onde tecnicamente tal demolição não for possível, que seja feito o entaipamento das portas e janelas ).
Que seja feita limpeza e desparasitação e desratização da zona onde for feita esta intervenção, tendo em conta os ratos e outros parasitas que infestam a área, em prejuízo da saúde pública;

9 - Execução da consolidação da escarpa Norte do Bº da Liberdade, particularmente na parte superior do local onde está instalada a Escola Primária nº 96;

10 – Iluminação, reparação e pintura do corrimão das escadas existentes entre a Rua Pedreira do Fernandinho e o Miradouro junto à Av. Duarte Pacheco;

11 – Dar continuidade à Rua Projectada à Calçada da Quintinha no sentido Norte/Sul;

12 – Alteração do sentido de trânsito: Porque a circulação de tráfego automóvel, das Ruas do Garcia e Particular à Rua do Arco do Carvalhão foi alterado, passando a terem um só sentido de trânsito, a rua perpendicular que existe entre as referidas ruas é muito estreita (4,45mt) e tem dois sentidos de trânsito, desta alteração resultou um conflito permanente na citada rua estreita, entre os veículos que vão e os que vêm de norte. Solicitou-se um estudo rodoviário naquela artéria (estreita) a fim de, se possível, ficar só com um sentido de trânsito;

13 – Que a Junta de Freguesia de Campolide diligencie junto das empresas do sector das comunicações ( CTT e PT ) a colocação de um Marco de correio e duma cabina telefónica na Quinta da Bela Flor;

14 – Que a Câmara Municipal de Lisboa aprove e dê início à recuperação do edifício da escola nº 96, alargamento do espaço escolar, com a construção de refeitório e espaço polivalente e um centro de ATL público, para o regresso dos alunos à referida escola;

15 – Em terrenos cedidos pela C.M.L. com direito de superfície a título precário à Cooperativa de Habitação da Quinta da bela Flor, ainda existe uma faixa de terreno, ocupada pelos blocos H,F e E, que ainda está registada em nome dos antigos proprietários. Solicitou-se que esta faixa de terreno seja outorgada à Cooperativa nas mesmas condições dos restantes blocos;

17 - A Calçada dos Sete moinhos, no seu início junto aos novos blocos habitacionais do PER, tem 5.95 mts de largura e um bom piso de alcatrão. Daí para baixo esta calçada “vê” diminuída substancialmente a sua largura passando para 3.50 mts e um péssimo piso de alcatrão. Solicitou-se que a Câmara Municipal de Lisboa faça um reenquadramento do passado e do presente da referida calçada para de futuro o trânsito fluir com toda a normalidade e segurança;

18 - Existem no Bairro da Liberdade duas fontes de água provenientes da Serra do Monsanto; essas fontes debitam, em média, 40 litros por minuto, ou seja: +/- 20 000 m3 por ano; os serviços de limpeza da C.M.L. utilizam com frequência carros cisternas para lavagem de ruas e rega das poucas zonas verdes da freguesia. Solicitou-se a promoção dum estudo e a consequente concepção/construção dum sistema para aproveitamento desta água que, como todos nós sabemos, tende a escassear e, neste caso, é totalmente desperdiçada.

domingo, 6 de janeiro de 2008

ANO NOVO VIDA NOVA

Bom seria que com esta passagem de 2007 para 2008 juntássemos um número muito significativo de vontades para construirmos um mundo melhor, começando pelo que nos está mais próximo.
Tornando explícitos alguns dos nossos votos de bom ano de 2008, permitam-me que vos dê a conhecer:

Voto 1 – Que os moradores de Campolide readquiram o sentir colectivo que os faça ter mais esperança no futuro.

Voto 2 – Que a Câmara Municipal de Lisboa se reencontre, enquanto projecto progressista e civilizacional de solidariedade, em que os direitos sociais e humanistas ganhem prevalência sobre as mesquinhas ideias economicistas.

Voto 3 – Que a Câmara Municipal de Lisboa e a Junta Freguesia de Campolide se tornem mais juntas e solidárias, sendo os fundos distribuídos com justiça e parcimónia tornando a nossa qualidade de vida melhor, melhorando as nossas colectividades culturais, sociais e desportivas;

Voto 4 – Que esta nossa freguesia cresça sobretudo em qualidade de vida, não se continuando a subjugar o seu desenvolvimento a interesses economicistas quando não obscuros, com uma malha urbana mais bem equilibrada, em termos ambientais, com menos cedência ao betão e ao alcatrão e com mais e melhores transportes públicos, amigos do ambiente e dissuasores do caos rodoviário, compreendendo-se neste o estacionamento selvagem, inimigo do peão;

Voto 5 – Finalmente, que todos os fenómenos de exclusão sejam efectivamente combatidos em Campolide, em Lisboa, em Portugal, no Mundo: onde a fome, o desemprego, designadamente o jovem, a precaridade no trabalho, os salários e as pensões de miséria são flagelos provocados pelo capitalismo, que nos aproximam dos indicadores do terceiro mundo, com elevado sofrimento de muito dos nossos concidadãos.

São estes os nossos votos para 2008. O Mundo e Portugal só serão melhores se, começando pela nossa terra e região soubermos agir (enquanto responsáveis) e influir enquanto cidadãos, nas decisões mais humanistas e acertadas.

sábado, 5 de janeiro de 2008

Carros imobilizados ocupam indevidamente lugares de estacionamento.


Como eu dizia em 27/01/07

“Só que, não há bela sem senão, é que no início da Rua Victor Bastos, e segundo queixas dos moradores, há um stand de automóveis cujo salão de exposições é, precisamente, a Rua Victor Bastos. Salvo melhor opinião, não é correcto este comportamento daquele estabelecimento comercial. Os moradores que têm as suas viaturas legais e que pagam todas as taxas de circulação automóvel, ao chegarem à sua rua vêem esta, dia após dia, pejada de carros imobilizados a ocuparem indevidamente os seus lugares de estacionamento”.Já foi feito um apelo às autoridades. Vamos aguardar.

O apelo à autoridade mais eficaz (?) do país.

Exmos. Senhores,

Por a ASAE ser a autoridade administrativa nacional no âmbito da fiscalização económica e responsável pela disciplina do exercício das actividades económicas e pelo cumprimento da legislação reguladora dos mesmos e como se rege pelos princípios da independência, da credibilidade, transparência e da confidencialidade.
Venho por este meio alertar para uma situação que não é a mais clara e, aparentemente, a ser verdadeira, merecedora do castigo respectivo:
Na Rua Victor Bastos, nº 4 em Campolide Lisboa, há um Stand de automóveis que usa e abusa da via pública para aí expor as mais variadas viaturas usadas para venda. Obstando assim que os moradores dessa artéria da freguesia de Campolide possam estacionar as suas viaturas, devidamente legalizadas com as taxas de circulação automóvel, ao contrário das outras que sem os impostos em dia usam e abusam do espaço público. Já para não falar da concorrência desleal para com os outros estabelecimentos congéneres que pagam rendas altíssimas de lojas com áreas enormes para exposição das viaturas para venda.
Pelo atrás exposto solicito a V. Exas. que, caso seja proibido, investiguem e inspeccionem a situação e, a haver uma má prática de actividade económica actuem em conformidade: em 1º lugar em nome dos valores acima referidos e em 2º lugar em respeito e consideração pelos moradores daquela artéria que vêem assim reduzidos os seus direitos de cidadania.

Sem mais de momento, grato pela vossa atenção e com os meus melhores cumprimentos.

Orlando Duarte

C/C do Presidente da Junta de Freguesia de Campolide


A resposta da autoridade mais eficaz (eu não dizia que era eficaz).